O abandono de emprego é uma situação preocupante tanto para empresas quanto para empregados, caracterizando-se pela ausência prolongada e não justificada do empregado em seu local de trabalho. Este artigo discutirá em detalhes o que é o abandono de emprego, o que a legislação brasileira estipula a respeito, como a situação deve ser gerenciada por empregadores, e como pode ser prevenido.
Abandono de emprego ocorre quando um empregado se ausenta de suas atividades laborais sem justificativa por um período prolongado, demonstrando a intenção de não mais retornar ao trabalho.
De acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), mais especificamente no artigo 482, alínea "i", o abandono de emprego é uma das justificativas para a rescisão do contrato de trabalho por justa causa pelo empregador. Para que seja configurado o abandono de emprego, é necessário que haja ausência injustificada por um período superior a 30 dias consecutivos.
A principal característica do abandono de emprego é a ausência injustificada do empregado ao trabalho por mais de 30 dias consecutivos. Além disso, deve haver evidências de que o empregado não possui a intenção de retornar ao trabalho, como a recusa em responder comunicações da empresa ou a aceitação de um novo emprego durante o período de ausência.
A legislação brasileira considera abandono de emprego a ausência não justificada por mais de 30 dias consecutivos.
Quando suspeitar de abandono de emprego, a empresa deve:
Enviar notificações formais ao endereço do empregado, preferencialmente com aviso de recebimento, solicitando seu retorno ao trabalho e esclarecendo as possíveis consequências legais da sua ausência.
Documentar todas as tentativas de contato e as respostas (ou falta delas).
Após 30 dias de ausência, e sem retorno do empregado, a empresa pode proceder com a demissão por justa causa, baseada no abandono de emprego.
A demissão por justa causa devido ao abandono de emprego isenta a empresa de pagar várias das verbas rescisórias, como o aviso prévio, a multa de 40% sobre o FGTS e o seguro-desemprego.
Na demissão por justa causa devido ao abandono de emprego, o empregado perde direito a várias verbas rescisórias, mas ainda tem direito a:
Saldo de salário.
Proporção de férias e respectivo adicional de um terço, se houver.
Proporção do 13º salário.
Para prevenir o abandono de emprego, as empresas podem adotar as seguintes práticas:
Manter boas práticas de comunicação e relacionamento com os empregados.
Oferecer condições adequadas de trabalho e reconhecimento adequado.
Implementar políticas claras de gestão de presença e ausências.
Realizar entrevistas de desligamento que possam identificar possíveis causas de insatisfação no ambiente de trabalho.
A prevenção do abandono de emprego envolve uma gestão de RH ativa e empática, buscando entender as necessidades e motivações dos empregados, o que pode significativamente reduzir a incidência dessa situação.
Além das estratégias mencionadas, é importante considerar outras ações que podem ser eficazes para prevenir e gerenciar situações de abandono de emprego. Vejamos algumas dessas estratégias complementares:
Promover avaliações de desempenho regulares e feedbacks contínuos pode ajudar a identificar sinais de descontentamento ou desmotivação antes que eles evoluam para um abandono de emprego. Uma comunicação aberta permite que os empregados expressem suas preocupações e necessidades, possibilitando ações corretivas em tempo hábil.
Implementar programas de apoio ao empregado, como assistência psicológica, orientação de carreira e programas de bem-estar, pode ajudar a reduzir o estresse e melhorar a satisfação no trabalho. Esses programas demonstram o compromisso da empresa com o bem-estar de seus colaboradores.
Oferecer opções de trabalho flexíveis, como horários flexíveis, trabalho remoto ou jornadas de trabalho comprimidas, pode ajudar a acomodar as necessidades pessoais dos empregados, reduzindo a probabilidade de abandono.
Desenvolver estratégias para aumentar o engajamento dos empregados, como planos de carreira, oportunidades de desenvolvimento profissional e reconhecimento de desempenho. Empregados que veem oportunidades de crescimento e se sentem valorizados são menos propensos a abandonar o emprego.
Estabelecer políticas claras e justas de ausência e licença pode ajudar a prevenir mal-entendidos e abusos. Os empregados devem estar cientes das consequências de não cumprir estas políticas, bem como dos procedimentos para notificar ausências legítimas.
Manter um canal aberto para discussão de problemas no local de trabalho pode ajudar a resolver questões que poderiam levar ao abandono de emprego. Isso inclui tratar de conflitos interpessoais, condições de trabalho inadequadas ou desequilíbrios na carga de trabalho.
Utilizar indicadores de RH para monitorar padrões de absenteísmo e outras métricas relevantes pode alertar os gestores sobre possíveis casos de abandono iminente, permitindo intervenções proativas.
Implementar essas medidas adicionais pode criar um ambiente de trabalho mais acolhedor e engajador, reduzindo a incidência de abandono de emprego e promovendo uma cultura organizacional positiva. A chave para a prevenção eficaz reside na capacidade da empresa de identificar e responder às necessidades dos seus empregados de maneira oportuna e respeitosa.
O abandono de emprego é um desafio complexo para qualquer organização, refletindo problemas mais profundos que podem existir no ambiente de trabalho. A legislação brasileira oferece um caminho claro para a gestão desta situação, mas as empresas beneficiam-se mais ao investir na prevenção do que na resolução de conflitos após sua ocorrência.
Empregadores prudentes devem focar na criação de um ambiente de trabalho positivo, onde o diálogo aberto, as condições de trabalho justas, e o reconhecimento e suporte adequados são a norma, não a exceção. Estratégias como avaliações regulares, programas de apoio, flexibilidade no trabalho e políticas claras de ausência não apenas reduzem a probabilidade de abandono de emprego, mas também promovem uma cultura de engajamento e satisfação.
Adicionalmente, ao implementar uma gestão eficaz de recursos humanos que inclua monitoramento constante e resposta rápida a problemas emergentes, as empresas podem não apenas prevenir o abandono de emprego, mas também aprimorar a produtividade e a motivação dos colaboradores. Portanto, é crucial que as lideranças empresariais não vejam o abandono de emprego apenas como uma falha do empregado, mas como um indicativo de que melhorias são necessárias no ambiente organizacional. A prevenção eficaz do abandono de emprego é, assim, um sinal de uma empresa que valoriza e entende suas maiores riquezas: seus empregados.
Segundo a CLT, o abandono de emprego é caracterizado por uma ausência não justificada do trabalho por mais de 30 dias consecutivos.
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