O controle de estoque é o processo de gerenciar e monitorar a quantidade de produtos ou matérias-primas disponíveis em uma empresa. Essa prática é essencial para garantir que a organização tenha os insumos necessários para atender à demanda dos clientes, evitando excessos que geram custos desnecessários ou faltas que podem prejudicar as vendas e o atendimento ao consumidor.
Um bom controle de estoque ajuda a equilibrar o investimento em mercadorias e matérias-primas, melhorando o fluxo de caixa e aumentando a lucratividade. Com ele, é possível identificar quais produtos têm maior ou menor saída, otimizar compras e até melhorar o relacionamento com fornecedores.
Existem diversos métodos de controle de estoque que podem ser aplicados, cada um com suas particularidades. A escolha do método mais adequado depende do tipo de negócio, do volume de produtos e das necessidades específicas da empresa. Aqui estão os principais métodos:
PEPS (Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair): Nesse método, os produtos que entram primeiro no estoque são os primeiros a serem vendidos ou utilizados. É indicado para produtos perecíveis ou que têm prazo de validade, como alimentos e medicamentos.
UEPS (Último a Entrar, Primeiro a Sair): Nesse caso, os produtos que foram adquiridos mais recentemente são os primeiros a sair. Embora seja proibido para fins contábeis no Brasil, o UEPS é usado em algumas situações para otimizar o valor do estoque, especialmente em mercados com inflação.
Custo Médio Ponderado: Esse método calcula o custo médio das mercadorias em estoque a cada nova compra. Assim, o preço de venda é ajustado conforme o valor médio dos produtos no estoque, o que facilita a precificação em cenários de variação de custos.
Just in Time: O objetivo desse método é manter o mínimo de estoque possível, adquirindo mercadorias apenas quando há demanda. Muito utilizado na indústria, o Just in Time exige um bom relacionamento com fornecedores e uma logística eficiente para evitar atrasos.
Estoque Mínimo: Esse método estabelece um nível mínimo de produtos que a empresa deve manter em estoque. Quando o número de itens atinge esse patamar, é necessário realizar novas compras. Essa técnica é muito comum em empresas com demandas previsíveis.
Ponto de Pedido: Parecido com o estoque mínimo, o ponto de pedido é uma técnica que considera o tempo de reposição de cada item e a demanda média durante esse período. Quando o estoque atinge o ponto de pedido, é hora de solicitar mais mercadorias.
A escolha do método mais adequado depende de fatores como o tipo de produto, a sazonalidade, a capacidade de armazenagem e a estratégia financeira da empresa. Para negócios que lidam com produtos perecíveis, o PEPS é quase sempre a melhor opção. Já para empresas que lidam com produtos não perecíveis ou com maior variação de preços, o método do custo médio ponderado pode ser mais adequado.
Empresas que buscam eficiência e têm uma operação bem ajustada podem optar pelo Just in Time, enquanto aquelas com vendas previsíveis podem preferir o estoque mínimo ou o ponto de pedido.
Além disso, é importante considerar o impacto do método escolhido na gestão financeira da empresa, uma vez que o controle de estoque influencia diretamente o fluxo de caixa, os custos operacionais e a rentabilidade.
Para pequenas e médias empresas, uma planilha de controle de estoque pode ser uma solução prática e eficiente. Seguindo alguns passos simples, é possível criar uma planilha que atenda às necessidades do seu negócio:
Estruture a Planilha:
Crie colunas para as seguintes informações:
Código do Produto
Descrição do Produto
Categoria
Quantidade em Estoque
Data de Entrada
Quantidade Vendida/Utilizada
Data de Saída
Quantidade Atual
Valor Unitário
Valor Total
Adicione Fórmulas Automáticas:
Use fórmulas para calcular automaticamente a quantidade atual em estoque (entrada menos saída) e o valor total (quantidade atual multiplicada pelo valor unitário).
Controle de Movimentação:
Registre toda movimentação de entrada e saída de produtos na planilha. Isso permitirá um controle contínuo e atualizado do estoque.
Alertas e Pontos de Reposição:
Defina uma célula para registrar o ponto de reposição de cada produto e crie alertas automáticos para quando o estoque atingir esse limite.
Análise de Desempenho:
Adicione gráficos e relatórios automáticos para visualizar os produtos com maior ou menor giro, ajudando na tomada de decisões estratégicas.
O controle de estoque é vital para o sucesso financeiro de qualquer negócio, especialmente para empresas de varejo, indústrias e distribuidores. Um estoque mal gerido pode resultar em várias consequências negativas, como:
Excesso de Estoque: Manter produtos em excesso gera custos adicionais com armazenamento e pode levar à depreciação ou perda de mercadorias, especialmente se forem perecíveis ou sujeitos a mudanças tecnológicas e de tendências.
Falta de Produtos: A escassez de itens em estoque pode gerar rupturas de vendas, prejudicando o relacionamento com os clientes e impactando diretamente na receita da empresa.
Custo de Oportunidade: Investir em produtos que não têm uma alta demanda pode significar deixar de investir em outros itens mais rentáveis, resultando em perda de oportunidades de crescimento.
Fluxo de Caixa Comprometido: Compras excessivas de estoque podem imobilizar capital de giro, afetando a capacidade de pagamento de outras despesas operacionais e limitando a margem para investimentos em áreas mais estratégicas.
Além das planilhas, atualmente existem diversas ferramentas tecnológicas que ajudam no controle eficiente de estoques, como sistemas de ERP (Enterprise Resource Planning) que integram todas as áreas da empresa. Esses sistemas automatizam o processo, permitindo que o gestor tenha uma visão completa e em tempo real dos níveis de estoque, compras e vendas.
As tecnologias mais avançadas incluem:
Softwares de Gestão Integrada: Sistemas como o GestãoPro, oferece módulos de estoque que permitem acompanhar entradas, saídas e fazer a gestão de pedidos de forma automatizada.
Etiquetas RFID e Códigos de Barras: O uso de etiquetas RFID ou códigos de barras facilita o controle de movimentação de produtos, permitindo uma leitura rápida e precisa ao registrar entradas e saídas no sistema.
Automatização de Pedidos: Alguns sistemas são capazes de realizar pedidos automáticos com fornecedores ao detectar que o estoque atingiu o ponto mínimo.
Classificação ABC: Segmente os itens em categorias (A, B e C) com base na importância e no valor. Itens da classe A são de maior valor e têm um controle mais rigoroso, enquanto os da classe C têm menor valor e podem ter um controle menos intensivo.
Inventários Periódicos e Rotativos: Realizar inventários físicos periódicos é fundamental para verificar a acuracidade do estoque registrado. Inventários rotativos focam em grupos de produtos específicos em ciclos curtos, minimizando o impacto na operação.
Revisão Contínua: Monitore constantemente o estoque para ajustar o planejamento e evitar excessos ou faltas. A análise contínua dos relatórios ajuda a identificar padrões sazonais e otimizar a reposição.
Gestão de Relacionamento com Fornecedores: Cultivar parcerias com fornecedores confiáveis é crucial para garantir entregas dentro dos prazos acordados, especialmente para empresas que utilizam o método Just in Time.
Uma parte essencial do controle de estoque é definir processos claros para a reposição de mercadorias. Isso inclui:
Definir Ponto de Reposição: Como mencionado anteriormente, o ponto de reposição é o nível mínimo em que a compra deve ser acionada. Ele deve ser calculado com base no tempo de entrega do fornecedor, consumo médio e margem de segurança.
Estabelecer Parâmetros de Segurança: Ter uma margem de segurança para evitar faltas devido a atrasos de fornecedores ou flutuações inesperadas na demanda é fundamental. Esse parâmetro deve ser ajustado conforme o desempenho histórico do estoque.
Monitorar Lead Time: O tempo de reposição (lead time) é o período entre o pedido feito ao fornecedor e a chegada das mercadorias. Negociar prazos menores ou acordos de entrega mais rápidos ajuda a reduzir a necessidade de altos níveis de estoque.
Seja por meio de uma planilha ou de um software especializado, a implementação de um sistema de controle de estoque requer:
Mapeamento do Processo: Identifique todas as etapas envolvidas no gerenciamento do estoque, desde o recebimento das mercadorias até a entrega ao cliente ou consumo interno.
Treinamento da Equipe: A equipe envolvida deve ser capacitada para utilizar as ferramentas disponíveis, realizar registros precisos e seguir os processos padronizados.
Acompanhamento Contínuo e Ajustes: Controle de estoque não é uma tarefa estática; é preciso acompanhar regularmente os resultados e fazer ajustes nos métodos e processos conforme necessário.
Um controle de estoque bem estruturado é a base para a saúde financeira e o crescimento de uma empresa. Com a implementação das práticas e ferramentas corretas, a empresa pode otimizar seus recursos, evitar perdas e aumentar a satisfação dos clientes. Independentemente do porte do negócio, investir em estratégias de controle de estoque é essencial para alcançar operações mais lucrativas e sustentáveis no longo prazo.
Para pequenas empresas, o método PEPS (Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair) ou o controle por estoque mínimo são os mais indicados. Ambos são simples de implementar e ajudam a evitar desperdícios, garantindo que os produtos sejam vendidos na ordem certa e reabastecidos no momento adequado.
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